18 de agosto de 2006

Curiosidades: Campineiro ou Campinense - Uma polêmica acadêmica

Em 1956 quando foi criada a Academia Campinense de Letras, os intelectuais da época, na pessoa de um de seus fundadores – Francisco Sampaio, acreditava que “campineiro” relacionava-se com a profissão do homem do campo, da mesma forma que mineiro se refere às minas. E portanto tal termo era indigno para ser usado para um povo “tão nobre”. Visando tratar a questão acadêmica com a devida adequação, achou mais apropriado denominar a nova instituição de “campinense”.

Na época a polêmica foi criada por Benedito Barbosa Pupo, pois este dizia que o termo “campinense” era gentílico (
designativo a região/cidade a que se pertence) de Campina Grande na Paraíba. Porém houve contestação de Conceição Arruda Toledo, através de estudo de Aristides Monteiro, para quem segundo nomes compostos prevalece sobre o primeiro, como Rio Grande, cujo gentílico é riograndense. E portanto deveria ser campinagrandense. E assim o gentílio campinense poder-se-i-a usar para os nascidos em Campinas.

Estes dados acima foram extraídos de artigo publicado no jornal Correio Popular, Campinas, em 14 de julho de 1995, tendo como autor João Nunes.

Hoje, em 2006; tudo isto demonstra, e já na época era claro, que esta discussão era puramente acadêmica, ou no linguajar do povo “pura besteira”. Haja vista, que o termo “campineiro” já havia se tornado comum entre a população e este era usado como “aquele que nasceu em Campinas”. E o termo “campinense” também já havia sido eternizado para quem nasce em Campina Grande. E como diz aquela frase latina “Vox populi, vox Dei” e ponto final.

Fica-se CAMPINEIRO para quem nasce em Campinas e como finaliza Benedito Barbosa Pupo: “Embora se considere o adjetivo “campineiro” uma anomalia gramatical, como brasileiro e mineiro, o nome já está consagrado, pois designa quem nasce em Campinas. O termo campinense está ligado à cidade paraibana de Campina Grande. Alguns alegaram que o termo campineiro é plebeu ou rude por denominar ‘trabalhador do campo’. Mas adotar o erudito campinense não havia possibilidade, pois seria ‘tomar’ tradições que pertence legitimamente à cidade da Paraíba”.

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